terça-feira, fevereiro 20, 2007

Tenho um pézinho de estêva

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Sou emigrante

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Se estou alegre

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Os caminhos que percorri

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Oh tempo não voltes para trás

Ó tempo não voltes...

O meu rosto já velhinho

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O meu pai e a minha mãe

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O mercado da poesia

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Não te entregues à vaidade

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Não chames velhos aos velhinhos

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Fui ao portinho da Arrábida

Fui ao portinho da...

Fui à praia vi o mar

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Eu nasci na Aldeia

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As pedras da minha rua

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A minha querida mãezinha

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A minha casinha

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A lua que está no alto

A lua que está no ...

A infusinha de barro

A infusinha de bar...

sexta-feira, fevereiro 16, 2007

Nunca fui bonita

Eu nunca fui bonita
E jeitosa também não
Digo com sinceridade
Não gostava da vaidade
Mas tinha bom coração

Mas tinha bom coração
Ainda continuo a ter
Vá lá eu pra onde for
Eu gosto de dar anor
E gosto de receber

E gosto de receber
Acreditem que é assim
Tenho estado a pensar
Tenho muito amor pra dar
Ainda sobra amor pra mim

segunda-feira, fevereiro 12, 2007

AMOR AOS PAIS

Quem não deu a mão ao seu Pai
Nem estimou a sua Mãe
Se nunca lhe deu carinhos
E os deixou sempre sozinhos
Fica sozinho também.

Que isto sirva de lição
Embora tarde demais
É o que eu digo porém
Quem não deu amor aos Pais
Não recebe amor de ninguém.

QUERIA SER UMA ROSA

Se eu estivesse num jardim
Plantada num canteiro
Que todos gostassem de mim
E que tivesse jardineiro

E que tivesse jardineiro
Para me tratar com amor
Se estivesse num canteiro
Plantada ao pé de um craveiro
Ai se eu fosse uma flor

Eu queria ser uma rosa
Estar ao pé dos cravinhos
E já me chamam vaidosa
Por eu querer ser uma rosa
De uma roseira sem espinhos

ESTIVE A PENSAR NA VIDA

Eu estive a pensar na vida
Em tudo o que eu já vivi
Há quanto tempo não sei
O que em muitos anos juntei
Em pouco tempo perdi

Perdi a minha mocidade
E também a alegria
Só ficou a saudade
Comigo de noite e dia

Comigo de noite e dia
Não me deixa sossegar
O que é que eu faço agora
Que mando a saudade embora
E ela não quer abalar

NÃO PASSES À MINHA RUA

Eu estive um dia à janela
Só para te ver passar
Tu ias ao lado dela
E eu fiquei triste a olhar

Vou-te pedir um favor
Agora que já não sou tua
Arranjaste um novo amor
Não passes mais à minha rua

Não passes mais à minha rua
Para eu deixar de sofrer
Eu estive um dia à janela
Era só para te ver

Era só para te ver
Mas a vida continua
Não passes onde eu moro

Que eu não passo à tua rua

OS VELHINHOS

Não chames velhos aos velhinhos
E não vás continuando
Nem faças sacrifício
Porque tu sem dares por isso
Para lá vais caminhando.

Um dia quando fores velho
Também te irão chamar
Aí começas a sofrer
Que o tempo passa a correr
Quando a velhice chegar.

Um dia me chamaram velha
Eu fiquei triste porém
Agora o tempo passou
E quem velha me chamou
Já está velhinha também.

Dêem-lhe amor e carinhos
E não os tratem diferente
Não os deixem estar sozinhos
Tratem bem os velhinhos
Porque eles também são gente.

NUMA NOITE OUVI CHORAR

Numa noite ouvi chorar
No meio da escuridão
Acordei assustada
A cama estava molhada
Chorava o meu coração

Chorava o meu coração
Estava muito desmorecido
Eu chorei e ele chorou
Que o meu coração sonhou
Sonhou que eu tinha morrido

Sonhou que eu tinha morrido
E que ee estava sozinho
Dizia não pode ser
Como é que eu vou viver
Sem ter amor nem carínho

E eu lhe respondi
Com um ar assim risonho
Deixa-te estar descansado
Que eu estarei sempre a teu lado
Que aquilo foi só um sonho

A ROSEIRA

Eu dei uma rosa à rosa
A roseira não gostou
E até me chamou vaidosa
Por eu dar uma rosa à rosa
Da rosa que ela criou.

Agora eu fiquei triste
A roseira também ficou
Só a vejo da janela
Nunca mais falei com ela
E a roseira quase secou.

Um dia ia a passar
Logo de manhãzinha
Ouvi a roseira chorar
E a mim se veio abraçar
E ofereceu-me uma rosinha.

Eu fiquei muito contente
Mas já não vou em cantigas
Vou dizer a toda a gente
Que agora somos amigas
Como era antigamente.

OS MEUS OLHOS

Os meus olhos com chorar
Deixaram o chão molhado
E o coração a penar
E o peito tão mal tratado

Os meus olhos são marotos
Castanhos e pequeninos
Parecem dois garotos
Mas dois garotos traquinos

Olham em todo o sentido
Não posso estar descansada
Com um olhar atrevido
Que eu fico envergonhada

Às vezes riem de mim
Tenho de os repreender
Os dois me dizem assim
Os olhos são para ver

Os olhos são para ver
Parece um dito sincero
O que eles não podem saber

É que vêm o que eu não quero

CORAÇÃO AMIGO

Ó coração meu amigo
Companheiro e dedicado
Entendes tudo o que eu digo
Estás sempre do meu lado

Se choras eu também choro
Se sorris sorrio também
Ó coração meu amigo
Não somos de mais ninguém

Tu és meu e eu sou tua
Não é de qualquer maneira
Porque enquanto tu bateres
É a nossa vida inteira

Um dia quando parares
Não vou contar a ninguém
Digo com delicadeza
Podes ter a certeza

Aí eu paro também

O VENTO QUE PASSA

Perguntei ao vento que passa
Se sabia a minha graça
De tanto passar por mim

O vento não disse nada
Eu fiquei envergonhada
De lhe ter falado assim

O vento abalou soprando
E ali fiquei olhando
Para ver aonde ele ia

Vê lá bem por onde vás
E o vento voltou para trás
Para me dizer bom dia

Fiquei feliz e contente
Fui contar a toda a gente
Que o vento era meu amigo

E vamos de lado a lado
Juntinhos de braço dado
E o vento fala comigo

A MINHA RUA

A minha rua é pequenina
Não tem muito p’ra contar
As pedrinhas são singelas
E tem flores nas janelas
Eu gosto de cá morar

É a rua dos bombeiros
Pequena mas não tem fim
Este nome é verdadeiro
O meu marido era bombeiro
E a rua se chama assim

Não sujes a minha rua
Quero que seja diferente
Porque ela é minha e tua
A rua é de toda a gente

Quando alguém cá passa
E que eu a ando a varrer
Até me dizem por graça
Assim num ar de chalaça:
‘não tens nada p’ra fazer?’

Eu quero-a sempre limpinha
Debaixo da minha asa
Porque ela é minha e tua
Lembra-te que a nossa rua
É parte da nossa casa

QUERIA SER UMA ROSA

Se eu estivesse num jardim
Plantada num canteiro
Que todos gostassem de mim
E que tivesse jardineiro

E que tivesse jardineiro
Para me tratar com amor
Se estivesse num canteiro
Plantada ao pé de um craveiro
Ai se eu fosse uma flor

Eu queria ser uma rosa
Estar ao pé dos cravinhos
E já me chamam vaidosa
Por eu querer ser uma rosa
De uma roseira sem espinhos

FIZ UM PEDIDO A DEUS

Meu Deus desce a terra
Nem que seja um só segundo
Para acabar com a guerra
Meu Deus vem salvar o mundo.

Meu Deus vem salvar o mundo
Rezando te estou a pedir
Nem que seja um só segundo
Meu Deus deita as mãos ao mundo
E não o deixes cair.

Fizeste-o com tanto amor
Para nada nos faltar
Eu te peço por favor
Desce à terra meu Senhor
E vem o mundo salvar.

EU OUVI BATER À PORTA

Eu ouvi bater à porta
De noite a hora morta
Assustei-me de verdade

Acordei estava a dormir
E a porta fui abrir
Quem batia era a saudade

Eu ali fiquei a ver
Não sabia o que fazer
E ela para mim a olhar

De noite a hora morta
Ali eu fechei a porta
E não a deixei entrar

Saudade vai-te embora
Leva contigo o desgosto
Só me fizeste sofrer

Não quero sentir correr
Num uma lágrima no rosto

A saudade abalou chorando
E eu da janela olhando
E contei à minha mãe

Coisa assim não existe
A saudade abalou triste
E eu fiquei triste também

Eu fiquei triste também
Olhando da minha janela
Acreditem que é assim

Tem saudades de mim
E eu tenho saudades dela

FLORES ZANGADAS

Eu fui regar o jardim
Que tenho no meu quintal
As rosas e o alecrim
Até me tataram mal

Até me tataram mal
Estão comigo zangadas
Que eu fui regar o jardim
E ficaram todas molhadas

E ficaram todas molhadas
Deu-me vontade de rir
Que eu fui regar o jardim
Ainda estavam a dormir

E o malmequer não gostou
De eu virar as costas a rir
Fizeram uma barulheira
Cantaram a noite inteira

E não me deixaram dormir

Quando me levantei
Inda estava zangado
Foi de qualquer maneira
E eu abri a torneira
Foi água por todo o lado

Aquelas lindas flores
Que eu tenho no meu jardim
E a quem eu chamava amores
Já não gostam de mim.

Já não gostam de mim.
São bonitas e tão belas
Estamos muito bem assim
Se já não gostam de mim
Eu também não gosto delas

Eu também não gosto delas
E tenho estado a pensar
Agora está tudo verde
Mas quando tiverem sede
Nunca mais as vou regar

sábado, fevereiro 10, 2007

Foto da Idília

Já me têm escrito a pedir para deixar aqui uma foto da Idília Leocádio. Aqui fica.

Esta foto foi tirada à saída do Salão Nobre da CMS. Depois de um encontro de poesia em 2006.